MY OWN WITNESS: RUPTURE AND REPAIR

 

Eu sou uma artista que se foca em trabalhar com lentes e psicóloga / psicanalista. Ambas as minhas práticas são motivadas pela minha inquietação social, ambiental e o desejo pela mudança. Eu faço com que os meus modelos (voluntários, não meus pacientes) entrem num processo profundo para encontrar uma maneira de provocar os seus testemunhos, mesmo que façam os espectadores testemunhar as fotos.

Nesta serie de fotos fisicamente alteradas, as “práticas” do consultório unem-se com esta “arte” da fotografia, para juntas criarem imagens que insistem com que os olhares dos modelos se conectem com espectador já imaginado.

Nestes tempos escuros e difíceis, reparo que no futuro nós ficaremos marcados e assustados com as feridas da nossa democracia, planeta e saúde mental.

Nós estamos e continuaremos a confrontar a desumanidade e injustiças para aqueles que foram considerados invisíveis devido a subjetividade pela sua etnia, sexualidade, identidade de género, idade e/ou desabilidade. Nós reconhecemos e prestamos atenção á nossa violência passada, para não a repetirmos.

Estas feridas são as nossas perdas para serem testemunhadas, lamentadas e transformadas para mudança.

Rasgo fotografias de pigmento de arquivo para criar feridas do nosso sofrimento individual e coletivo e posteriormente, curá-las. Eu cubro os rasgos com papel de arroz dourado e remendo-os com pontos aleatórios de fio dourado. Inspirado-me na prática japonesa do kintsugi, numa prática que se usava para reparar cerâmica partida com laca de ouro, as áreas de dano são iluminadas e não cobertas.

Metaforicamente, o kintsugi honra a aceitação da lesão como parte da vida do objeto e dá forma material à história da experiência.

Através de pose, gestos, olhares e adereços ocasionais, os meus modelos encontram as suas narrativas, restauram algum arbítrio e convidam outros a experimentá-las com plena humanidade. Embora a bandeira americana tenha se tornado um símbolo complicado, alguns modelos recuperaram-na e reinventaram-na para expressar os desafios e esperança respeitosa no retorno da democracia. Como uma série, o fundo de veludo preto compartilhado e a iluminação chiaroscuro unem cada indivíduo ao coletivo.

 

Donna Bassin